5.4.15

Em vez de um folar




Não sei muito bem como começar este post, e de uma coisa tenho a certeza, também não sei muito bem como o vou acabar. Vou pôr-me aqui a falar de tudo e de nada e quando der conta já vai a procissão no adro e eu sem falar de receitas! Tipíco né?

Segundo o calendário hoje é domingo de Páscoa. Por aqui é mais um domingo normal, de correrias loucas no trabalho e de chegar a casa super cansada. A única coisa que nos faz lembrar que estamos em dita festividade, foi a música dos sinos da igreja... Sim, sim... Música, porque a igreja não tem sino, como tal o som é emitido por altifalantes. Não procurem explicações, é a Sibéria.

Não que seja muito apegada a estas coisas da Páscoa, mas tenho guardados na memória outros domingos como este, em que me levavam para a aldeia, onde o dia de hoje era dia de festa. Ainda guardo os cheiros das ruas enfeitadas com rosmaninho e alecrim, e o som que entoava por cada ruela avisando da visita pascal. 

Coisas que não se esquecem e que nos põem com um sorriso nos lábios. Antes que me ponha sentimentalista, quero avisar que não vos trago um folar. Em vez disso, um Monkey Bundt Cake, para desta maneira "obedecer" ao pedido da BundtMania.

Já uma vez, fiz um bolinho destes. A primeira vez que o fiz, foi uma desgraça, mas da segunda foi o fim da macacada e acabou por sair o dito, em todo o seu esplendor e sabor.

Saltando às receitas correntes de Monkey Bread, resolvi experimentar uma que me chamou à atenção. O problema mesmo, foi quando decidi fazer a massa sem olhar para a dita receita e quando a tenho que escrever ter uma "branca mental" e não me lembrar do que lhe pûs... A idade começa a passar factura a estes meus despistes.

Mas que não se alastre o pânico, por no final, havia uma folha perdida, com as quantidade apontadas.









Estes últimos dias a Primavera deu sinais de vida pela Sibéria! Yupiiiiii!!! Há solllllll! Os dias são mais compridos e eu já tenho mais uns minutos de luz para poder fotografar. Ou seja que o fim da letargia, ou hibernação como lhe queiram chamar, tem os seus dias contados!

A receita original é feita com mirtilos. Não é muito fácil encontrá-los por aqui e quando se encontram são vendidos ao preço do ouro. Apesar de não os ter usado tal qual na receita, aproveitei-os para fotografar, porque simplesmente adoro as cores e o significado que me trazem os frutos vermelhos.


Monkey Bread Bundt Cake de Limão e Frutos Vermelhos
Receita adaptada daqui.







Para a massa:

Ingredientes:
- 1 ovo L
- 100 ml de leite gordo morno
- 60 gramas de açúcar
- 70 gramas de manteiga sem sal, derretida e fria
- 1 colher de chá de essência de limão
- 1 pacote de fermento de padeiro seco (5,5 gramas)
- 150 gramas de farinha de pão
- 300 gramas de farinha T55
- Doce de frutos vermelhos q.b.

Para "panar" as bolinhas:
- 100 gramas de manteiga sem sal derretida e fria
- 150 gramas de açúcar
- 1 colher de sopa de raspa de limão
Colocar o açucar numa taça juntamente com o limão e esfregar com as pontas dos dedos. Reservar.

Para a cobertura:
- 2 colheres de sopa de queijo creme (Philadelphia)
- 3 colheres de sopa de açúcar em pó
- 3 colheres de sopa de sumo de limão
Bater o queijo creme com o açúcar em pó. Adicionar o sumo de limão pouco a pouco, de modo a obter uma textura cremosa. Reservar.


Execução:

Pré activar o fermento, misturando-o com o leite e uma colher de sopa de açúcar. Deixar repousa até que tenha borbulhas.

Numa taça colocar o ovo e açúcar, batendo ligeiramente. Juntar a manteiga e seguidamente o leite com o fermento já activado. Misturar suavemente e juntar a essência de limão. Adicionar a farinha e envolver na mistura liquída, suavemente. Assim que começar a tender, amassar durante 10 minutos. Se ficar muito húmida a massa, juntar um pouco mais de farinha, para que permita sem amassada sem pegar nas mãos, mas que não fique muito seca.

Colocar numa taça untada com óleo e cubrir com película aderente e deixar levedar num local cálido ao abrigo de correntes de ar, até duplicar o volume. (aproximadamente 1h30)


Depois de levedar, retirar todo o ar da massa, pressionando com as mãos, sobre uma superfície enfarinhada.

Untar a forma de Bundt Cake com manteiga.

Dividir a massa em duas partes de mais ou menos, 330 gramas cada uma. Fazer um rolo e cortar em 16 partes, de 25 gramas aproximadamente cada um.

Amassar os pedaços de massa entre as palmas da mão dando a forma de uma bola. Em 16 dos pedaços colocar uma colher de chá de doce de frutos silvestres, fechando bem para evitar que se espalhe na cozedura.

Passar cada bolinha, com ou sem o recheio, na manteiga derretida e depois no açucar com o limão. O facto de o açucar ter sido aromatizado com o limão, vai humedecer o mesmo, sendo por isso necessário juntar um pouco mais de açúcar no final para terminar este processo.

Colocar as bolinhas na forma de Bundt Cake, alternadamente, para que as bolinhas que tenham doce não fiquem todas juntas.

Deixar levedar durante 1 hora num local cálido e sem correntes.

Pré aquecer o forno a 180ºC.

Depois de levedar levar ao forno durante aproximadamente 30 minutos ou quando apresente um tom dourado.

Retirar do forno e deixar arrefecer 5 minutos. Desenformar. 

Deixar arrefecer durante 1 hora e decorar com a cobertura. Deve servir-se morno.








Não se assustem com o prato vazio. É só para fazer bonito, né?

Como disse anteriormente esta receita chamou-me à atenção pelo facto de fugir a todas as que se encontram por aí. Normalmente aparecem quase todas com canela e esta é sem dúvida uma opção muito fresca, para quem gosta destes sabores tão primaverais.

Quando vi a foto da receita original, assustei-me com tanto vermelho. E pensei, não ponhas tanto doce. De modos que, pus apenas uma pequena quantidade, tendo chegado à conclusão que poderia ter posto um pouco mais. Ainda assim, o toque do limão, a ligeira acidez dos frutos vermelhos, e a cremosidade da cobertura, fazem com que este Bundt se coma a bocados. Sim, porque cortar uma fatia é impossível.







Assim sem cortar fatia, não sujam nenhum garfinho! E porque se deve servir morno? Porque assim estará super fofinho! Depois de frio o caramelo fica muito mais duro, e a textura da massa, tende a secar.

Não quero com isto dizer, que o bolo frio não presta! É muito bom, mas morninho, sabe a glória!

Dúvidas?

Boa Páscoa!

2 comentários:

  1. Que deliciosa sugestão, bem ao meu gosto. Ficou lindo.

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  2. Minha linda Bundette,
    Eu também adorava as Páscoas na aldeia, não que ligue à Páscoa, não ligo mesmo nada, mas na aldeia a Páscoa tem outro "sabor" e também, como tu, me lembro bem das ruas decoradas e da visita Pascal que achava o máximo, termos de nos ajoelhar no meio da sala e beijar os pés do Senhor no crucifixo trazido a casa pelo padre da aldeia. É daquelas tradições que adorava e acho que se perdeu, o que é lamentável, mas enfim...
    Ainda bem que não trazes um folar, pois não gosto mesmo nada. Agora este teu monkey é outra conversa, pois gosto e muito e arrancava-lhe já umas bolinhas, ou não levasse todos os sabores que mais adoro!!
    Beijinhos aos 3 mana Bundette e sim, o prato vazio e decorado com a colherzinha mágica, abre logo o apetite e desperta os sentidos, lol.
    Lia

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